Quantas perguntas?

...são necessárias para se chegar a uma resposta?

17.6.06

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Quantas perguntas são necessárias para se chegar a uma resposta? Ok: via de regra, todo mundo deve concordar que basta uma pergunta ser bem formulada para ela nos levar à resposta certa. Não vou dar exemplos que não vai ter graça, mas proponho o assunto a uma breve reflexão. Se o contexto for bem compreendido e os interlocutores falarem a mesma língua, é de se esperar que eles cheguem a uma resposta comum para a mesma pergunta.

O problema aqui é outro: e quando a pergunta extrapola o contexto, quando ela tenta forçar os limites da linguagem e da compreensão? Este é meu segundo blog. O primeiro morreu sem um leitor sequer pq não me imaginava escrevendo algo público - receava o fato de que minha visão das coisas escapasse pelas arestas. Tinha dois motivos para isso. O primeiro é que quando escrevo, escrevo para mim. Ainda não consegui dedicar mais do que algumas linhas aos amigos e a pretensas pretensões literárias. Mas em se tratando de expressar dúvidas e questões existencialistas, sempre achei força nos meus dedos para (ar)riscar mais uma lauda. O segundo é que eu mesmo achava esse tom chato demais pra comunicar aos meus amigos que tinha aberto um blog. Preferi poupá-los. Hoje ofereço a eles e a mim mesmo uma proposta alternativa.

Bom, para não perder o gancho inicial do post: na minha opinião, o melhor jeito - e talvez o único jeito - de se entender a vida é fazendo todas as perguntas possíveis, avaliando todos os ângulos e possibilidades, principalmente quando tememos o que eles escondem ou nos maravilhamos com o seu conteúdo. Sempre tive a certeza de qua a vida não tinha segredos nem mistérios, e que na verdade o que ela nos oferece é uma grande pergunta que simplesmente foge à nossa compreensão (a soma de todas as perguntas, quem sabe?). Numa visão judaista isso poderia ser explicado como o nome de Deus, ainda que não eu me lembre de ninguém sugerir que esse nome fosse na interrogativa.

Nesse sentido, me divido em tentar entender a vida até o limite do possível e em mandar esse limite pra puta-que-o-pariu. Mas vou fazer aqui apenas a segunda parte, mais divertida, e deixar minhas dúvidas de lado enquanto escrevo. Demais por hora, agradeço à coragem dos que leram tudo. PS: me desejem sorte.