Quantas perguntas?

...são necessárias para se chegar a uma resposta?

6.5.07

Não sei porque estou escrevendo isso

Anoite passada foi de insônia. Não só não preguei os olhos, li a noite inteira (pelo menos duas horas de coisas chatas) achando que assim ia pestanejar e nada! Depois de assistir um filme, consegui dormir exatas 2h47min (extimativa com mínima margem de erro) e fui trabalhar. Agora, perco um tempinho para botar umas idéias pra fora.

Antes de continuar, um aviso aos meus leitores periódicos (sei que tenho alguns freqüêntes, mas deles não posso pedir mais do que já me dão): leiam o meu post anterior e critiquem. Fazia tempo que não escrevia ficção e e mesmo as mais árduas palavras podem ser produtivas par me dar vontade de fazer mais (e, se não gostarem, de fazer melhor). acho que vou fazer um break nas novas postagens até que tenha recebido comentários naquele contículo.

Eu li com uma semana de atraso dois textos de Psicologia Social que foram tema de um debate em sala de aula. Acompanhei mudo, mas curioso. Agora, não só não concordo com o que foi dito, como penso que a única visão crítica que ouvi naquele dia foi da minha colega Rita, que ao oferecer uma leitura diferenciada do material foi posta de volta nos eixos pelas cabeças sempre basculantes da turma.

O texto primeiro, sobre identidade, me pareceu até bem instrutivo. Apesar de alguns lapsos de linguagem (meus, talvez) para estruturar o que se entendia por identidade e seus constituintes, a exposição era bem feita e atingia direto os pontos a que se propunha - que, ao meu ver, eram o "vício" por uma identidade(s) padronizada(s) com que possamos nos estruturar e o medo de sermos destituídos dessa(s) mesma(s) identidade(s). A grande falha para mim, chave para a crítica que quero fazer ao segundo texto em outra ocasião, é que esta análise estava fechada por um cabresto, desprovida de fundamentação histórica (ainda que em nossa própria cultura seja fácil validá-la) e de propósito ou formas práticas de aplicação.

Vejamos os postulados do artigo: 1) Optamos por padrões de identidade para nos adaptarmos à vida em sociedade; 2) A sociedade pós-moderna exige que convivamos em muitos grupos, e isso nos leva à adoção, por vezes, de diversos padrões que intercalamos em uma e outra situação; 3) Existe uma tendência a se apropriar do padrão com tal intensidade que deixamos de desenvolver um perfil próprio e nos contentamos com a cópia; e 4) Quando nos deparamos com situações sociais para as quais o padrão não oferece resposta, somos áflingidos por um medo amplo e irracional, que nos envolve em crises (de pánico, de ansiedade?) nas quais parecem desmoronar até mesmo as nossas funções autônomas (respiração e batimentos cardíacos). [Acréscimo meu: 5) Em casos extremos, não é nem mais necessária uma situação social real para ocasionar tais crises, basta a conscientização ou a fantasia dessa impotência do sujeito.]

O problema da fundamentação histórica consiste em presumir que em sociedades menos complexas o desenvolvimento da identidade não fosse igualmente complexo. Claro, temos menor número de padrões e, mais importante, esses padrões por si próprios não precisam conter tantas respostas qt nossos padrões atuais. Ainda assim, entender a complexidade comportamental enquanto um problema de número de elementos seria simplismo. A lógica apresentada no artigo prova exatamente isso: um padrão de comportamento "viciante" independe do número de respostas que ele te dá; depende da relação entre essas respostas e as situações sociais às quais tu é apresentado. Uma sociedade mais simples condiciona menos comportamentos (em número absoluto), mas apresenta um número relativamente proporcional de situações-problemas.

Trata-se de uma suposição, pois não realizei nem tenho conhecimento de nenhum tipo de experimento sobre essa relação. Vale ainda dizer o excesso de estímulos na construção da personalidade, por si só também pode causar problemas. Acredito apenas que eles sejam de outra natureza.

Quanto à aplicabilidade: uma identidade "viciante", nos moldes apresentados, é aquela que condiciona comportamentos demais e acarreta riscos devido à sua baixa maleabilidade. Esses riscos e condicionamentos, porém, só podem ser observados comparativamente, ou seja, necessitamos colocar pelo menos dois padrões lado-a-lado. E que modelo tomar por base? Como escolher de forma justa um padrão de comportamento que seja melhor que os outros? Qualquer decisão realizada nesse sentido será, invariavelmente, antropocentrista e, ainda por cima, irá contra os pilares da psicologia social e da esquizoanálise.

Resta uma única saída, paralela, e que não foi empreendida pela autora, que quase nos tirou do caminho. Uma análise contextual, com os padrões de comportamento sendo revistos à luz das complexidades do mundo no qual tentam se encaixar. Isso é social, isso é esquizoanálise.
(vou dar uma remodelada nesse texto embreve)

3 Comments:

At quarta-feira, maio 16, 2007 6:04:00 PM, Blogger Paula Pereira said...

Dear, desembargo sábado de manhã em Porto, lá pelas 10h, blz? Libera a tua agenda, viu? hehehe Bjus!!!

 
At sexta-feira, maio 25, 2007 1:33:00 AM, Anonymous Anônimo said...

o alvaro 3 comentarios:
faz mais curtos teus posts, e faz mais posts, acho q isso te trará mais leitores;

comente sobre coisas mais banais, como jogo do grêmio e coisas do mundo, n sobre ti mesmo, isso está parecendo mais um diário, para isso somos teus amigos e é melhor discutir isso conosco pessoalmente;

a suinofest está chegando, vai preparando aí uma folguinha...

abraços
italo o louco

 
At terça-feira, maio 29, 2007 1:33:00 AM, Anonymous Anônimo said...

porra, escreve alguma coisa nova, cansei de chegar em casa 'bem' e vir aqui filosofar e me deparar com os mesmo posts, faça feliz um amigo, fale do grêmio!
italo o louco
abração cara, obrigado pelo incentivo sanguineo, mesmo

 

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