Quantas perguntas?

...são necessárias para se chegar a uma resposta?

16.1.07

Pensamento profundo

Fui vencido pelo sono e deixo meu joguinho de escritos por aqui. Mas tem um pensamento mais elaborado, um raciocínio interessante que gostaria de compartilhar. Como todas as idéias boas que tenho, fico com a impressão de que não é minha. Talvez não seja. Como o sono me impede de elaborá-la com a mesma clareza com que a entrevi antes, então não irei fundamentá-la. Os argumentos existem aos montes, basta pensar um pouco.

Você já deve ter ouvido a expressão "democratização da informação", e provavelmente associada à idéia de internet como meio de acesso livre ao conhecimento. Paralelamente, você já ouviu protestos em relação à pirataria de cds e dvds, os desrespeitos à propriedade privada realizados com downloads ilegais e até às somas absurdas que o comércio mundial perde com esses "crimes". Ainda assim, duvido que nunca tenha segurado um cd pirata em suas mãos, e quem sabe até comprado um.

Pois bem. Fazer apologia à pirataria de cds vai contra minha visão política, mesmo contra a minha visão ética. Ainda assim, essa pirataria é a melhor forma de democratização da informação que conheci até hoje. Mesmo que haja um mercado negro vivendo às custas dela, esse mercado não impede o efeito reformista possibilitado pela transferência ilegal de dados, inclusive aquela realizada via mídia física.

O crime, nessas circunstâncias, torna-se um ato semi heróico, o pirata vira corsário a serviço do povo, um Robin Hood virtual, um revolucionário na mais verdadeira e profunda reforma pela qual o mundo está passando. A reforma da informação.

5 Comments:

At quarta-feira, janeiro 17, 2007 12:04:00 AM, Blogger Bernardo said...

Álvaro, não discordo da tua tese, mas essa informação não é necessariamente a mais relevante do planeta né? Por sinal, coincidentemente a profissão para a qual nos formamos, por hora, é uma das que mais devia pensar no que está fazendo para democratizar informação... Vamos fundar um Partido pró-Pirataria, como estão surgindo outros aí pelo mundo.. hehehe

 
At quarta-feira, janeiro 17, 2007 8:38:00 AM, Blogger lu castilhos said...

"via mídia física", ai álvaro, ai...

eu já comprei dvd pirata, confesso, confesso. mas com meu salário mixuruca pagar R$50 por um "disquinho" do chico ou R$15 faz A diferença.
não é ético, não é politicamente correto e...pô, agora tô com peso na consciência ;)

e ontem teu dia tava muito agitado ou muito parado? não rendeu nenhum post!

 
At quinta-feira, janeiro 18, 2007 8:34:00 PM, Blogger Álvaro Lima said...

OK, confesso que o pensamento não era profundo - mas ainda defendo a sua relevância. Quando vemos as implicações econômicas da pirataria a curto prazo (micro-economicas), nos deixamos levar facilmente. Quando vemos as consequências em larga escala, para empresas, investidores e para o mercado como um todo (macro-economia), somos contra. Contudo, se pegamos uma perspectiva a longo prazo, com direito à reestabilização pós-crise, é necessária reflexão. Partido político eu sou contra, mas estudo detalhado seria interessante

 
At segunda-feira, janeiro 22, 2007 1:10:00 PM, Blogger Paula Pereira said...

Tudo seria muito simples e legal se a indústria não fosse tão mesquinha e alinhasse os preços à realidade do consumidor. Na ausência de uma política de preço mais justa, se abrem outros caminhos. Taí a razão do Calypso vender mais discos que a Marisa Monte. É triste, mas é real. O custo é baixo, quase tão baixo quanto um cd pirata.

 
At quarta-feira, janeiro 24, 2007 12:42:00 AM, Blogger Álvaro Lima said...

As leis do mercado regem tudo! Elas estão tão presentes que sequer posso dizer que são erradas, ou que não deveriam ser como são. Concordo que Marisa Monte seja melhor de um ponto de vista estético, mas a dificuldade de fruição da música dela (leia-se complexidade de temas e arranjos) é o verdadeiro e único empecilho para sua venda massificada - bem como para a conseqüente redução no preço.

 

Postar um comentário

<< Home